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Contos e Causos
EM MORRETES, CACHAÇA NÃO É DROGA
O conceito de droga é muito mais amplo que a sua farmacologia e não está limitado apenas aos parâmetros biológicos.
Fato é que ao desprender a droga de um conceito orgânico, remete-se sua discussão aos parâmetros sociológicos e culturais. Por exemplo: Que tal aquele delicioso cafezinho depois do almoço?
Nada como um bom palheiro, depois um bom café e uma boa prosa. O café, apesar do açúcar e da cafeína é um elemento de integração social no Brasil. Especialmente nas sociedades tradicionais ou as chamadas "cidades do interior".Nelas as visitas vão chegando pelo cheiro daquele café caboclo. Apesar das diferenças das cidades grandes, o cafezinho lá também é uma boa desculpa para uma prosa.
O café bem brasileiro é aquele que faz a gente se sentir em casa.
Ao contrário do café, as drogas produzem um efeito de exclusão social, e desintegração cultural. Droga não faz parte da nossa cultura. O que caracteriza a microrregião do litoral paranaense é justamente o seu caráter relacional. Todos se relacionam com todos e com certeza quando é preciso "quebrar o gelo" de uma visita inesperada, nada melhor do que a magia de um bom gole de cachaça para relaxar qualquer tipo de frieza.Nesta perspectiva, a cachaça é tão integradora quanto é o café. Não se pode perder de vista que a cachaça é um forte elemento cultural da nossa região. Se a função da cultura é estabelecer um elo de ligação entre os indivíduos, è pela cachaça que se chega à uma conversa saudável.Depois fuma-se um palheiro, bebe-se mais uma pinga e toma-se um cafezinho.Este é o ritual da solidariedade morretense, porque em Morretes, cachaça não é droga.
Saudações do Bugio.
Gluk!!!
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