No passado disputava-se o acesso, Curitiba-Litoral, através de uma briga antiga entre Antonina, Morretes e Paranaguá.
No final de 1798, Antonina possuía 3.354 habitantes, dos quais 908 eram escravos. Nesta época Antonina produzia farinha de mandioca, 37% da produção total da vila, em segundo lugar , o arroz com 19,6% da produção, seguido do feijão, do milho, da aguardente e do fumo em rolo, estes em proporções bem menores de exportação `a qual era enviada para o Rio de Janeiro , Santos e Curitiba.

     A Câmara Municipal resolveu restaurar o caminho da Graciosa-Curitiba, causando descontentamento aos comerciantes de Morretes e Paranaguá, já que a restauração beneficiaria mais o comércio antoninense. Esta disputa prolongou-se por muitos anos e a sua restauração viria isolar definitivamente o comércio de Morretes.

Em 1807, finalmente Antonina ganhou a causa, enquanto Paranaguá defendia o trânsito pelo caminho do Itupava. Mais tarde, em 1873, com a conclusão da Estrada da Graciosa, aumenta a fartura antoninense, já que esta construção privilegiou as exportações do porto de Antonina em detrimenmto das exportações do porto de Paranaguá.
Se antes a acirrada disputa entre Morretes e Antonina era a respeito de um caminho, agora a disputa é acerca de um porto e a briga se desloca para Paranaguá e Antonina.

 

    Em 1880 se inicia a construção da estrada de ferro Paranaguá-Curitiba.
Definitivamente o porto de Paranaguá se fortalece, declina o porto de Antonina e Morretes, que estava afastada da disputa sofre mais uma perda. A construção da via férrea atraiu a mão de obra que trabalhava na terra morretense e a cidade mais uma vez sofre algumas baixas econômicas.
     A rivalidade etnocêntrica entre estas três cidades é bem conhecida ainda hoje, através de apelidos pejorativos que uns dão aos outros. Uma forma amigável de se conciliar uma história não muito digestiva entre vizinhos tão próximos. Assim, para os morretenses, os antoninenses são os "bagrinhos" e para estes, os morretenses são os pés-de-anjo, ou tatus.