PARA AGRADAR MORRETENSES E MORRETIANOS

Andréa Bordinhão – Jornal O Estado do Paraná e Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Morretes

“Nem mar, nem montanha. Do oceano, sabe-se que está ali pertinho, imenso azul. A serra é o que se vê, grande sentinela silenciosa. Entre as duas imponências, assentada sobre as ondulações suaves que lhe deram nome, está Morretes, com seu casario baixo e branco debruçado sobre o rio.” Assim começa a descrição que circunda fotografias das belas paisagens da pequena cidade litorânea paranaense no livro Morretes, meu pé de serra. A jornalista Teresa Urban e o fotógrafo Nego Miranda retomaram a história, captaram os cenários históricos e naturais, retrataram a vida cotidiana e a integração das pessoas com a natureza e uniram o trabalho no livro, que será terá sua exposição e venda em Morretes, no próximo dia 31, sábado.
O texto descritivo mesclado com poético é o tom usado por Teresa para “contar” a cidade de cerca de 15 mil habitantes. “Há alguma coisa muito sedutora nessa cidade. Há uma integração perfeita entre as pessoas. É um local onde não há pressa, onde as pessoas se conhecem, se dizem bom dia com alegria”, contou Teresa, ao explicar a razão da escolha de Morretes como tema do livro. “A cidade devolve a delicadeza que se perdeu entre as pessoas, que se perdeu nas grandes cidades”, completou. Este é o segundo livro que a jornalista e o fotógrafo produzem em conjunto. “Escolho sempre temas paranaenses porque o Paraná é muito desconhecido do resto do Brasil”, explicou Miranda.
Morretes, meu pé de serra traz 160 fotos, selecionadas entre cerca de 2,5 mil, de inúmeras paisagens naturais, como a Serra do Mar, o Rio Nhundiaquara, o Caminho Itupava e a Estrada do Anhaia, da arquitetura histórica, que mostra a Igreja São Sebastião do Porto de Cima e a Rua General Carneiro, e de diversos personagens, todos retratados em preto e branco em seu habitat. A intenção é que as fotografias contem a histórias dessas pessoas. “Eu pretendia fazer os retratos em preto e branco e as paisagens coloridas. Mas não resisti e coloquei algumas paisagens em preto e branco também”, contou Miranda. Dos quatro livros já publicados pelo fotógrafo, este é o primeiro que usa cores nas fotos.

Morretes: bicicletas e cachaça

“A bicicleta ganhou espaço porque é o meio de transporte local. E não é questão de classe social, é hábito mesmo. Eles dão até nome para as bicicletas”, contou Teresa. A afirmação justifica as 24 fotos de ciclistas no capítulo Morretenses e morretianos. Aliás, o nome do capítulo, explicou a autora, é porque existe uma discussão de como devem ser chamadas as pessoas que nascem na cidade. “Morretense é quem nasce lá. Já morretiano é quem adota a cidade”, concluiu a autora em suas entrevistas.
A cachaça, produto típico de Morretes tem seu registro no livro. A autora conta até que a palavra “morretiana” significa cachaça na língua portuguesa. O capítulo Cachaça substantivo feminino mostra a produção da bebida. “O nome é porque tem muitas mulheres produzindo. Andando pelos engenhos encontramos só mulheres e isso por si só virou um fato relevante. E tem até história sobre isso. Existe uma lenda que diz que as mulheres estragavam a cachaça quando produziam durante o período menstrual”, contou Teresa.

Exposição

A abertura da exposição do livro em Morretes será na Rua Coronel Rômulo José Pereira, 53, ao lado da agência dos Correios, no próximo dia 31 de março, às 19h30m. Miranda vai expor 30 das 160 fotos do livro até o dia 06 de maio. Segundo o fotógrafo, o livro levou um ano para ser produzido e contou com o apoio da Lei Rouanet de incentivo à cultura, e da Triteck.
“No dia 31 de março, esta exposição desce a serra e será mostrada para todos os morretenses e morretianos que poderão apreciar este belo trabalho. O local está definido e queremos que a permaneça na cidade até o dia 06 de maio, quando termina a 24ª. Festa Feira de Morretes”, explica o Secretário de Cultura e Esportes de Morretes, Rogério Luís Tonetti.

 

 

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