Morretes é o segundo município a trabalhar com os professores da UFPR Litoral

A UFPR Litoral dá continuidade à sua proposta de integração com as escolas da rede pública do litoral do Paraná e realiza o segundo encontro com professores, desta vez, do município de Morretes.

Um inverno atípico, com muito sol e calor. Para os cerca de cinqüenta professores reunidos na escola municipal no centro de Morretes, nem o inverno de altas temperaturas e o clima seco diminuíram a vontade de trabalhar para promover melhorias na qualidade do ensino.

O trabalho, que vem sendo realizado pela equipe de professores e coordenadores da UFPR Litoral como parte da filosofia de integração da unidade à região, tem como proposta um diagnóstico participativo para buscar soluções aos desafios comuns. Isso porque escolas da Educação Infantil ao Ensino Médio e Universidade possuem, cada qual, desafios próprios mas, em determinados momentos, os desafios passam a ser comuns e é nesse encontro que a UFPR Litoral propõe o trabalho em parceria para dar respaldo ao ensino público na busca de soluções.

Integração - Nos três dias do encontro - 24, 25 e 26 de julho - uma boa parte dos professores da rede pública de Morretes e os professores da UFPR Litoral construíram o diagnóstico participativo sobre o ensino e a aprendizagem do município. No primeiro dia do encontro os professores puderam fazer um raio X das escolas, mostrando como é a estrutura física e pedagógica e apontando os pontos positivos e negativos. No segundo dia, o grupo trabalhou em cima de temas: Sociedade, Cultura, Família, Trabalho, Ecologia e Saúde. No terceiro dia, resultado das discussões, o ponto crítico observado e proposto para discussão no terceiro dia foi a questão da Alfabetização.

Nos dois primeiros dias, os professores da rede pública trabalharam sob a orientação do professor da UFPR Litoral, Marciano de Almeida Cunha, que trabalha na área de Gestão de Pessoas. Como facilitador, o professor Marciano acredita que o encontro promoveu o que se conhece por planejamento participativo em Educação. "Esse é um diferencial na formação do professor e que leva a resultados positivos", afirma.

Alfabetização - Focado na questão da Alfabetização - tema resultante do diagnóstico participativo - os professores trabalharam no último dia do evento com a professora Carmen Sigwalt, do Setor de Educação da UFPR, reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho na área. Para ela, este trabalho realizado pela UFPR Litoral é fundamental e deve trazer resultados que poderão ser sentidos na mudança de postura do professor em sala de aula e, à longo prazo, na formação das crianças que estão hoje na escola. "O envolvimento da equipe da UFPR Litoral com o processo educacional da região, não apenas nesse trabalho junto aos professores da rede pública, mas dos próprios alunos da Universidade em seus projetos dentro das escolas, trará efetivos resultados. Afinal, não adianta a Universidade produzir conhecimento e não disseminá-lo", explica.

RIEP - Esse trabalho junto às escolas públicas do Litoral faz parte da RIEP - Rede Integrada das Escola Públicas, programa desenvolvido pela PROGRAD - Pró-Reitoria de Graduação e que promove um trabalho de capacitação dos professores da rede pública, em determinadas regiões do Estado. A RIEP é um campo articulado de estágios para os alunos das Licenciaturas, pois mostra a realidade da atuação do professor. Esse programa é aberto à participação de qualquer professor ou aluno da Universidade e que passa a ser desenvolvido também no litoral do Estado.

Histórico - O trabalho que a UFPR Litoral está desenvolvendo nasceu logo após a divulgação do resultado do primeiro concurso vestibular, em julho de 2005. Naquele resultados, dos 60 aprovados para os dois cursos de graduação, apenas 05 eram do Litoral, apesar de 518 terem se inscrito para concorrer às vagas. Nos cursos profissionalizantes, das 131 vagas, 54 foram destinadas a residentes do litoral (foram 327 inscritos). O não ingresso de calouros efetivos do litoral fez com que a Universidade Federal do Paraná, por meio da equipe da UFPR Litoral, olhasse para a educação pública da região. "Porém, não com soluções prontas, mas na efetiva construção junto com os professores da rede pública", enfatiza o professor Valdo Cavallet. A integração da UFPR Litoral à educação da região não acontecesse apenas com o trabalho junto aos professores da rede pública, mas na própria concepção pedagógica dos cursos, em que os alunos trabalham por projetos e devem realizá-los em pelo menos uma escola pública da região.

 

Patricia Favorito Dorfman

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