MORRETES SE TORNA PARADA OBRIGATÓRIA NO LITORAL

Matéria publicada no Jornal Estado do Paraná em 03/11/2006

Ligia Martoni [03/11/2006]

Walter Alves/O Estado

Beleza da cidade encanta turistas de várias localidades. Muitos voltam uma segunda vez.

Natureza, pousadas aconchegantes, artesanato e o velho e bom barreado fazem de Morretes destino indispensável para quem quer descansar durante o feriado prolongado ou já pensa nas férias de fim de ano. Curitibanos e moradores do interior do Paraná e de São Paulo são facilmente encontrados, mas a visitação na cidade é cada vez mais variada. Europeus, asiáticos e norte-americanos, por exemplo, têm na charmosa cidade parada obrigatória. O que muda, entretanto, é o aprimoramento da infra-estrutura, que chama o turista para fazer do mero ponto de parada um local para passar alguns dias antes de seguir viagem.

Prova disso são as pousadas no estilo chácara encontradas desde o pé da serra da Graciosa, por si só um passeio imperdível, até a entrada da cidade. Rosana Lucinda é proprietária de uma delas, a Calliente. O reduto de fim de semana para os curitibanos, segundo ela, é cada vez mais procurado por paulistas e mineiros, que fazem de Morretes lugar de descanso por pelo menos um final de semana antes de ir ao litoral. "Se o tempo está bom, o movimento é garantido", diz, otimista com o sol que saiu ontem depois de uma véspera de feriado chuvoso. Mas não pára por aí. Rosana investiu durante o ano, aumentou o número de apartamentos e espera o retorno durante a temporada de verão. "Tem gente que prefere Morretes à praia, porque aqui tem rio, cachoeira, mata e muito sossego."

O público também mudou, segundo ela.

Município também é famoso pelo barreado que é servido em vários de seus restaurantes.

Casais de namorados, por exemplo, fazem parte de 70% das pessoas que hospeda, além das famílias, que aos montes procuram a cidade. "As pessoas estão cada vez mais ligadas em curtir a natureza e a melhora na infra-estrutura - tanto no centro como nos locais de hospedagem - é convidativa", acredita a proprietária, que oferece em seu "quintal" piscinas naturais formadas pelo Rio Nhundiaquara e orquídeas no jardim.

Na pousada Dona Siroba, a primeira a se instalar em Porto de Cima, há 15 anos, a funcionária Isabela Miranda também viu muita coisa mudar. Ela confirma que, de três anos para cá, a concorrência aumentou, mas também trouxe mais gente. "A variedade fez aumentar o movimento, assim como a divulgação da cidade." Apesar das visitas periódicas de um público fiel, a cada ano novos visitantes aparecem para conhecer Morretes e seu famoso prato típico, o barreado. "Já estamos com reservas para o verão. Em fim de ano a lotação é garantida", comemora.

O setor gastronômico, aliás, faz a festa durante o ano todo. Nem é preciso inventar: os restaurantes apenas deixam o turista à vontade para comer o barreado e se empenham em administrar as constantes filas, principalmente aos finais de semana e na temporada. "Hoje o mundo todo conhece o prato e o associa a Morretes por causa da internet. Aqui já recebemos pessoas dos Estados Unidos, Japão, Itália, França e a maioria elogia", garante o gerente do My House, um dos restaurantes à beira do Nhundiaquara.

Mesmo assim, é sempre fácil encontrar alguém que nunca experimentou. No restaurante Casarão, o gerente Airton Silvério pergunta em alto e bom tom à clientela quem já conhece o prato - e em meio à brincadeira encontra os estreantes, como o grupo de São Paulo que passava ontem em Morretes rumo à Ilha do Mel. A turma era só elogios. "Linda", "graciosa", "aconchegante" eram alguns dos adjetivos dados a Morretes. "Dá vontade de ficar aqui mesmo", resumia uma das turistas, a psicóloga Zuleika de Farias, encantada com as casas e jardins da cidade que mais parece um cenário. 

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