A NATUREZA DOS CAÇADORES


A Mata Atlântica atravessa o Parque da Graciosa ( na Serra da Graciosa) e o Parque Marumbi ( na via férrea Paranaguá - Curitiba).
Algumas espécies são freqüentes na zona rural da região, como o Tucano de bico amarelo, o Jacu , a Jacutinga e uma quantidade grande de psitacídeos como a Baitaca, esta muito comum na zona urbana de Morretes.

Já o Cuiú-Cuiú, também da família dos papagaios, tal como é a Baitaca, é uma espécie mas rara. A palavra Cuiú- Cuiú vem do Tupi e designa esta espécie de cor verde , cujo macho tem a cabeça vermelha e a fêmea, o peito azulado. Seu nome científico, Pionopsitta Pileata, não combina nada com o nome Tupi, Cuiú-Cuiú.
O Tucano de bico preto está ameaçado de extinção assim como o Papagaio da cara roxa, este mais freqüente em Guaraqueçaba ,é comercializado ilegalmente pelos Caiçaras e pelos Guarani-Mbyá que vêem neste comércio, uma fonte de renda generosa já que um casal de papagaios é vendido na região para o "atravessador" por cerca de 100 reais e depois revendido por três vezes mais.
O contrabando de animais silvestres rende uma montanha ou rios de dinheiro. Para se ter uma idéia, a Arara, no exterior, pode chegar à 5.000 dólares. Macacos me mordam, estes então custam bem mais caros.
O Jacaré de papo amarelo, muito apreciado pelos caçadores , é servido à mesa com freqüência, junto com a Capivara, com o Tateto e com o Tatu. De todas as carnes de caça, a Paca é a mais nobre.
Nobrezas à parte, tem caçador que mata até Bugio!!!

Caçadores da geração anterior chegavam a comer o miolo da cabeça do Bugio ou do Mico Leão.
Acho que é uma forma antropológica de se adquirir as forças naturais do macaco. É como faziam os "caçadores de cabeça" ( de humanos) da Nova-Guiné.
Ter a parte do todo, cuja parte teria as propriedades do todo é uma bela justificativa antropocêntrica para se comer macacos. Macacos me mordam!.
O civilizado também faz algo parecido, mas sem matar bichos. Graças a Deus!!!. Quando ele vai ao ritual da missa e come o " corpo de Cristo" ele está se alimentando do sagrado.
Amuletos, crucifixos e dentes de alho são muito utilizados pelos caçadores da região para espantar a cobra mais temida por eles. A Jararacuçu, depois vem a Jararaca e a Coral.
Há famílias inteiras de caçadores que transmitem a caça de geração para geração. Existe muito pouco comércio da carne de caça. Quem caça, caça por que gosta de comer este ou aquele espécime.
Uns mais gordinhos, outros mais rápidos. Pouco importa para eles . Na panela tudo vira festa depois que o litro de cachaça começa a contar histórias de pescador, digo, de caçador.
Tanto faz, a idéia é a mesma. Voltar para casa com o troféu e aumentar o tamanho das coisa. Coisas de bicho ou coisa de gente? Não importa. Fato é que o Bugio anda assustado com estas histórias...

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