Poesias

 

Minha Terra!


Recanto querido
Que como uma mãe mostra ao filho,
Sem nenhuma reserva o seu mimo.

Voltando na memória
Em busca do passado,
Tenho encontrado alento,
E sigo encorajado
De encontro ao futuro almejado.

Quando te vejo com os olhos da saudade,
Ou nas telas do pintor de mais idade,
Ou nos versos do poeta de verdade,

Sinto o detalhe da nobreza
De um povo cheio de gentileza
Que, em espírito, não conhece a pobreza.

No presente...
Tu corres célere à frente
Agregada de outra gente.

Pinceladas da modificação
Atingiram forte teu coração, e...
Muitas coisas belas estão em exposição.

Mas, junto com a beleza...
Vejo com cores fortes a fraqueza!
Da natureza humana a ambição e a avareza!

Quietas sofres com os desatinados,
Te tenho agora observado,
Assim como também no passado...

"Ó pintor de mais idade,
Retém o teu pincel de humildade,
Não te ergas da eternidade!"

"Ó poeta de verdade,
Retém a tua pena de veracidade,
Permaneças na inatividade!"

Por um momento, é premente
Que cada um de nós reflita, com a mente.
Que algumas coisas são atos de demente.

Onde estão as ruas tranqüilas e belas,
Trocadas pela satisfação das panelas
E dos copos, sem pensar nas seqüelas?

Mas tu, no amor profundo do teu ser
Transforma-te para não veres
Os teu filhos perecerem!

Mas tu, no amor profundo do teu ser
Não queres abandonar aquele que fez nascer,
Que vive sob ti até mesmo sem merecer.

Ora, isto tudo é de um comediante?
Por um momento... um instante,
Nestas palavras desabafantes

Tentei reviver, sem vaidade
O pintor de mais idade
E o poeta de verdade.

E que no tempo fique marcante
De alguém preocupante,
Estas palavras... talvez... irrelevantes!

 

Felipe Nicolau.

 

 
 
 

Voltar